domingo, 3 de agosto de 2008

"they missed the moment", foi o que Terry nos disse. Uma professora americana de alma nobre, com certeza. De fato, todos ali presentes, talvez trezentas pessoas, haviam perdido o momento. Mas para eles não faria diferença.
Perder momentos é o que me afligi, faz-me estremecer toda vez que vivencio algo especial e não demonstro quão excitante aquilo é pra mim; estremeço quando perco o momento, ao invés de dedicá-lo à alguém que me faz bem; entristeço-me ao recordar tanta coisa que já vi e vivi em meus 17 anos e, mesmo consciente de que deveria ter feito mais, perdi alguns momentos.

Morocco

Mágico.
Acredito ser esta a palavra que melhor traduz a impressão que Fès deixou em mim.
Adentrei com o coração aberto naquela cidade que abafa histórias de vidas cobertas e quiçá castigadas, onde a poeira chega a sufocar nas ruelas estreitas que têm um toque de mistério.
Devido à nossa ignorância em relação a tal distinta cultura, estávamos todos prevenidamente vestidos, isto é, quase inteiramente cobertos apesar do calor que nos afligia como 40ºC.
Ao desembarcarmos no porto de Casablanca, a diferença cultural já fez meu coração sorrir como de costume ao impressionar-me facilmente quando respiro ares novos. Ufa... após 5 meses trancafiada em entrelinhas de livros didáticos e uma realidade - para não exagerar - tolerável mas facilmente deprimente, enfim eu pude reatar meus laços com o mundo e viver o que é pra ser vivido.
Ao entregar meu ticket ao guia que posteriormente arriscaria um inglês fortemente acentuado, quase incompreensível, este me saudou com um sorriso malfeito, porém sincero, o qual já trazia à tona através dos dentes sujos e deformados, quão diferente era a vida daqueles que ali viviam.
A viagem de ônibus durou aproximadamente 4 horas de paisagens áridas provida de vidas pastoreiras, presenteando-me com um carneirinho que pulava felizmente, como em desenhos da Disney.
Chegamos em Fès.
Ao contrário do esperado, homens não nos tratavam com demasiado interesse (se é que me entendem) , tampouco desprezo. De certa forma, expiravam respeito ou curiosidade. Mas meus olhos estavam estusiasmados demais para focar atenção neles para conosco, estavam sim focados na magnitude de tudo aquilo que agora me rodeava, e em quão pequena eu era, mais uma vez.
A sensação de que você é pequeno, como um grão de areia e que o mundo, apesar de grandioso, te abraça e te acolhe, é simplesmente uma das melhores coisas que o ser humano pode sentir. Confesso só notar meu tamanho ao pôr-me na estrada, com um destino desconhecido.
As medinas carregavam um pesado ar de mistério; eram estreitas e empoeiradas e amarelas. O comércio de feira misturava-se por entre tecidos, sapatos, grãos exóticos e carne.
Minha mão abraçava forte a de minha irmã, talvez por um pouco de medo daquele Desconhecido, ou talvez por estar contente em compartilhar aquela experiência maravilhosa com as pessoas mais importantes da minha vida.
As mulheres cobrem-se, como é sabido. Trata-se, aos meus olhos, de mulheres castigadas, de pele ressequida e rostos queimados, cheiro "humano, demasiado humano" - urina e suor.
Pergunto-me sobre a felicidade deste povo
não tenho resposta, nunca a terei.
...
No almoço, fica claro o preconceito daquela pop européia nojenta que viajou conosco. Os pratos intocados, rejeitados. Deprimente.
É claro que há uma certa preocupação em relação ao procedimento da preparação do banquete, mas não que isso seja um motivo para classificarmos através de atitudes infantis e preconceituosas. Ao contrário do que possa pensar, o restaurante era chiquérrimo e as pessoas atenciosas.
Comemos tudo e estava bom.

Visitamos o local onde há a tintura dos produtos de couro. Recebemos uma folha de hortelã para suportar o cheiro do estabelecimento. A vista, maravilhosa.
Fábricas de tapetes, chá, utensílhos de bronze, fábrica de lenços, venda da minha irmã por 500 camelos, mosaicos.

Uma viagem para a vida, para crescer.
Na minha opinião, todos deveriam ter contato com esses mundos, ao menos uma vez.
(Pra ver se expandem um pouco essas cabecinhas limitadas)
Indeed, extraordinário.

domingo, 24 de junho de 2007

"Sou contraditório, sou imenso:
Existem multidões dentro de Mim. Ja fui, sou, e serei...e em todas essas etapas arrancarei críticas preciptadas e aplausos, RESPECTIVAMENTE."

terça-feira, 12 de junho de 2007

segunda-feira, 11 de junho de 2007

:)


interessante.. agora adiciono mais um motivo pra tornar-me "good-for-nothing" nesta fase em que me encontro. Não que eu seja completamente inútil, mas eu ainda chego lá!
haha brincadeira. A internet às vezes me irrita, assim como as ex's, minhas supostas conquistas equivocadas, e ler comentários de modelos, como a última de Giselinha Bunchen - que merece destaque - sobre o aborto: "Até quatro meses de gravidez não existe quase nada. É como um grãozinho. Portanto, acho que a mulher deve ter o direito de decidir o que é melhor"
Cara. Nada contra as distintas opiniões sobre esse assunto, uma vez que eu também assumo uma posição que, ultimamente, vem tendo destaque como errônea devido à incessante e estressante luta da Igreja Católica pelo retorno dos tempos das trevas, vulgo, era medieval. Mas enfim, às vezes tenho vontade de arrancar os cabelos de gente burra que fala o que não deve, ou melhor, não sabe nem sobre o que está falando. (Y) E além disso, abre a boca sabendo que é tão influenciável quanto besta.
Mas agora referindo-me às coisas boas, hoje li sobre o confinamento nas camisas-de-força do racionalismo intelectual e algo sobre unicórnios, que dizia que fantasia não é escapismo. De certa forma, o excerto me deixou feliz. Portanto, deixe-me afogar nos doces pensamentos divergentes que andam me molestando. Com linceça.